6.6.07

A importância de Bailén 2.

O desfecho da batalha de Bailén não resultou de nenhum confronto decisivo e sim da imobilidade de Dupont que acabou por ficar cercado por um exército espanhol, numa zona completamente sublevada. Perdidas as esperanças no restabelecimento das comunicações com Madrid, onde estava uma importante reserva, foi decidida a rendição.
Em príncipio todo o exército deveria ser repatriado, mas só os oficiais e uma parte da infantaria puderam regressar a França, pois os ingleses objectarm contra este acordo e impediram a partida dos navios espanhóis. Depois de 4 meses fechados em porões sem verem a luz do dia e a morrerem num racio de 100 homens por dia, finalmente um acordo entre as duas nações ditou o seu envio para uma pequena e semi desértica ilha de Cabrera no Mediterrâneo.
Em Espanha o dispositivo organizava-se agora da seguinte forma:
- Na Catalunha o marechal Moncey com o apoio do general Duhesme, combatia a insurreição de Valência e Cartagena.
- No Norte, o marechal Bessiéres lutava por manter abertas as comunicações com França, ao mesmo tempo que enfrentava os rebeldes de Saragoça e Santander.
- O marechal Murat permanecia em Madrid com uma importante reserva de forças.
Qual o significado desta distribuição? A Galiza, a Andalúsia e parte significativa do Norte não estavam controlados, dando tempo aos espanhóis para que pudessem reorganizar os seus exércitos e um governo provisório.
Para Portugal tudo isto significava que Junot estava isolado, sem comunicações e principalmente sem poder receber reforços durante vários meses. Assim após a derrota no Vimeiro, levantaram-se algumas dúvidas para os franceses, afinal será que estariam em condições de enfrentar nova batalha? Ou que poderiam enfrentar um cerco? E as comunicações seriam restabelecidas a tempo?
Bailén significou portanto que quer ingleses quer portugueses tiveram tempo para repensar as suas estratégias, organizar os seus exércitos e prepararem-se para o que ainda estava por vir.