4.6.07

Pierre Antoine Dupont (1765-1840).

Oriundo da região de Charente, começou a sua vida militar ao serviço da legião estrangeira. Em 1791 passa para o regimento n.º 12 com a patente de sub-tenente e no ano seguinte após o seu baptismo de fogo é promovido a tenente coronel. A sua ascensão meteórica não pára por aí e em 1793 é primeiro coronel e depois general de brigada, estando então no estado maior do exército do Norte.
Com a criação pelo Directório do Departamento Topográfico, Dupont é para aí transferido, conhecendo muitas das jovens estrelas em ascensão, como o general Bonaparte. Posteriormente faz a campanha da Alemanha, recebendo rasgados elogios e a promoção a general de divisão. A sua pronta adesão ao golpe de 18 do Brumário, liderado por Napoleão, valeu-lhe a nomeação para chefe de estado maior do exército de reserva na campanha de 1800, que intervém na batalha de Marengo.
Já grande oficial da Legião de Honra, participa nas batalhas de1805 - Ulm e Friedland - mas não em Austerlitz, o que não impediu que Napoleão o considerasse como um dos seus melhores generais. Tendo um currículo como poucos, o ano de 1808 vai ser desastroso.
Como comandante do segundo Corpo de Observação da Gironda, tinha uma missão sensível, a de ocupar pontos estratégicos em Espanha sem levantar muitas suspeitas, mas com o passar do tempo ocorreram algumas mudanças que deram origem ao desastre de Bailén.
Napoleão culpou-o de toda a situação, cerca de 20.000 franceses a renderem-se ao inimigo era algo que não se via na Europa desde há muito e as consequências poderiam ser nefastas. A primeira para Dupont foi o seu encarceramento, juntamente com os outros oficiais repatriados, depois foi julgado por uma comissão especial, que apreciou todos os seus actos.
Em resultado disso, foi desprovido de todas as honrarias recebidas até então, incluíndo o título de conde e a legião de honra, foi proíbido de usar uniforme militar e todas as suas pensões foram confiscadas, finalmente voltou ainda para a prisão.
Com a restauração da monarquia, estando ainda na prisão, viu todos os seus títulos e outras honrarias restauradas, tendo sido nomeado ministro da guerra, cargo que não ocupa durante muito tempo, manchada a sua reputação por mais um episódio, quando quis enviar para a Córsega os "Cabreros", os sobreviventes do seu corpo que tinham sido esquecidos até então na desolada ilha de Cabrera, nas Baleares.
Desgostado da vida pública, retira-se para o seio da sua família até à data da sua morte - 9 de Março de 1808.