26.4.07

Forte de São João Baptista da Foz - Porto.

Embora a defesa da barra do rio Douro fosse uma necessidade premente desde os tempos da fundação da nacionalidade, a evolução da arte da guerra acarretou que a mesma sofresse alterações ao longo dos séculos. A ultima e talvez a mais importante ocorreu durante o período designado como Guerra da Restauração, que trouxe a necessidade da construção de um baluarte capaz de resistir às peças de artilharia.
Este tipo de fortaleza baseava-se nos desenhos de Vauban, um engenheiro francês, que introduziu uma verdadeira revolução nas construções defensivas, tornando-as capazes de resistir aos mais ferozes assaltos. No Porto, Charles de Lassart, também francês e engenheiro mor do reino, começou em 1642 as obras do que viria a ser conhecido como forte de São João Baptista da Foz.
Não sendo de estranhar no nosso país, as obras arrastaram-se, quer por dissenções entre mestre de obra e a câmara do Porto, quer por falta de fundos. Mas a invasão do Minho por tropas espanholas tornou absolutamente imperiosa a construção e finalmente em 1653, deram-se por concluídos os trabalhos.
Era a segunda mais importante do país e a chave para as províncias do Norte litoral, no entanto em 1807 - 1808, não foi ocupada pelos franceses por o tratado de Fontainebleau consagrar que o Entre-Douro e o Minho ficariam para a rainha da Etrúria, sendo por isso tropas espanholas a formar a sua guarnição.
O episódio mais significativo e aquele que mais nos concerne vai surgir no dia 6 de Junho de 1808, quando o sargento mor Raimundo José Pinheiro, na sequência da retirada do general Ballesta, iças as cores nacionais no forte, mas a administração pró-francesa, que ainda permanecia em funções, pouco depois manda retira-las, voltando a desfraldar a bandeira francesa.
Só dias mais tarde e perante a revolta de todo o Norte do país é que alguns notáveis, entre os quais o bispo da cidade, proclamam uma junta contra o governo francês e fazem içar novamente a bandeira nacional no forte. Um sinal que é visível para os barcos ingleses que constantemente patrulhavam as nossas costas e que torna possível o envio de missivas para Londres, a pedir auxílo e, para o Brasil a dar conta da revolta.