13.2.07

A batalha da Roliça.

Ao receber notícias do desembarque dos ingleses em Lavos, o general Junot é forçado a reagir imediatamente, sabendo que grande parte do país foge ao controlo das suas forças estabelece como prioridade o combate aos ingleses. As forças portuguesas apesar de já apresentarem um número considerável, estão mal treinadas e mal equipadas, sem apoio externo não seriam grande rival para os franceses.
Cabe ao general Delaborde a missão de vigiar o avanço para Sul do inimigo, sendo despachado com a sua divisão de cerca de 4.500 homens para a zona de Alcobaça, tem igualmente a incumbência de retardar e se possível mesmo travar a progressão, recebendo para isso o apoio da divisão Loison que entretanto regressava do Alentejo.
No caminho, ao atravessar a zona Oeste depara-se com o terreno ideal para a manobra que tinha em mente e resolve montar o seu dispositivo, pois o terreno à volta de Alcobaça não se afigura promissor para o que tinha em mente. O vale no qual está inserida a cidade das Caldas da Rainha é entrecortado por algumas elevações, numa das quais se ergue a vila de Óbidos, 5km para sul da qual a planura do terreno é bruscamente interrompida pelos altos da Columbeira, uma formação rochosa, qual fortaleza natural com passagens muito estreitas até ao cimo. É claramente visivel do alto das muralhas, tendo para Oeste o mar e para Este um terreno muito acidentado que se prolonga até à serra do Montejunto.
As aldeias da Roliça e da Columbeira ficam no seu sopé, existindo ainda muitas linhas de àgua e outras pequenas elevações até se chegar ao seu topo, que uma vez atravessado nos leva a outra aldeia, a Zambujeira e daí estamos a curta distância do Bombarral (cerca de 5 km).
Sensivelmente a meio caminho entre os altos da Columbeira e Óbidos existe uma pequena elevação sendo precedida por um pequeno ribeiro e tendo no topo um moinho, aí se colocaram algumas unidades francesas bem visíveis para o general Wellesley, que do alto do Moinho do Facho as observava desde os primeiros raios de sol do dia 17 de Agosto de 1808.
As ordens de batalha são transmitidas sem perda de tempo, Wellesley em pessoa comanda o centro do exército inglês com 3 brigadas de infantaria, mais 400 cavaleiros e 1 regimento de caçadores portugueses na rectaguarda, pela sua esquerda avança o major general R. Ferguson e o brigadeiro B. Bowes com 2 brigadas (já precavendo um possível ataque de flanco por parte de Loison) e pela direita avança o coronel Nicolas Trant com as forças portuguesas - 3 batalhões e 50 cavaleiros.
A ideia era efectuar uma manobra de cerco aos franceses, tendo para isso as forças que estavam no centro demorado bastante tempo a iniciar a marcha, fazendo rumbar os tambores e desfraldando ao vento as suas insígnias, nas palavras de Foy, uma magnifíca produção de uniformes vermelhos bem ordenados e armas que reluziam ao sol:
Havia neste espectáculo algo que impressionava a imaginação dos jovens soldados, que até então só tinham bandos de revoltosos.
Trocaram-se os primeiros tiros com baixas para ambos os lados, mas no momento certo Delaborde ordena a retirada, podia ver da sua posição as alas que o começavam a cercar e ordeiramente, numa manobra previamente estudada, batalhão a batalhão retrocede disparando as suas armas de forma a que os ingleses não possam persegui-los de perto.
Wellesley ao conquistar a posição percebe então a verdadeira intenção do seu opositor, na sua frente estão as escarpas do Alto da Columbeira. Toda a manhã fôra perdida nesta primeira refrega e agora a manobra tinha que ser repetida.
Algo preocupa no entanto Delaborde, desta nova posição bastante elevada consegue avistar o Montejunto e por consequência a estrada que vinha do Cercal, mas de Loison nem sinal, dispõe na mesma as suas forças abrigadas por muros, arbustos ou mesmo rochas, protegendo assim as estreitas gargantas que permitem a caminhada até ao topo