25.10.07

Almeida e Buçaco.

Cumpriu-se nos dias 20 e 21 do corrente mês de Outubro, a visita a que aqui foi feita menção, inserindo-se neste caso no âmbito da terceira invasão, isto para não estarmos sempre a falar da primeira, afinal qualquer das 4 é muito interessante.
Primeiro visitou-se a vila fortificada de Almeida, tendo o grupo participante a oportunidade de ver ou rever, conforme os casos, os locais mais emblemáticos, desde as casamatas aos diversos baluartes e com menções igualmente importantes a alguma arquitectura civil.
Constata-se mais uma vez como o nosso património é tão mal preservado e que restará mais do que isso a uma lodalidade de interior? Gostaria de no entanto destacar o esforço de reconstrução patente no agora designado Picadeiro D'el Rey, um exemplo que deveria ser seguido em mais locais, não só de Almeida como do país. Não ficou esquecida a ponte sobre o Côa, onde a "Light Division" enfrentou uma das suas maiores provações e depois ainda houve tempo para uma visita, um pouco fora de contexto, mas sempre muito agradável, ao castelo de Marialva, onde o pôr do sol é algo de especial, isso é garantido.
A dormida desse dia deu-se em Celorico, integrando-se isso, numa tentativa bem sucedida de seguir parte do caminho que os exércitos franceses tomaram em 1810. Assim no dia seguinte visitou-se a "ponte velha" de Fornos de Algodres, uma espécie de ponto de não retorno para Masséna, que a partir daí o levaria directamente para o Buçaco.
Com algumas condicionantes procurou-se seguir sempre pela margem direita do Mondego, passando por localidades como Nelas, Santa Comba, etc., em direcção a Mortágua onde foi estabelecido o quartel general francês, mas só se parou no Moinho de Moura, a elevação onde Masséna estabeleceu o seu posto de comando no dia 27, o dia da batalha.
Seguiu-se depois o moinho de Sula, sobranceiro à aldeia com o mesmo nome e onde ocorreu um dos ataques desse dia, depois como a tropa já precisava de reabastecimentos, só depois do almoço se prosseguiu a visita, neste caso no monumento comemorativo. Diga-se de passagem que a arborização da serra já não permite de todo a vista panorâmica que os anglo-portugueses tinham em 1810.
Por isso mesmo não se visitou a parte de Santo António do Cântaro, até porque essa estrada não é muito propícia a um autocarro, optando-se antes por visitar a Cruz Alta, o ponto mais alto da serra, onde finalmente foi possível ter uma visão a 360º. Aí foi explicado como os franceses enontraram a estrada de Boialvo, contornando as posições de Wellington que foi forçado a retroceder.
Mas o dia só terminou com uma caminhada na muito bonita, mas igualmente muito negligênciada mata nacional, isto para quem ainda tinha forças, seguindo muitos no autocarro até ao Palace Hotel onde terminou o percurso, com o senão de a parte remanescente do mosteiro estar encerrada, afinal somos um país que aposta no turismo não é?
Não se vão ficar por aqui estas iniciativas, quem quiser mais informações pode sempre enviar um mail para aureahistorica@clix.pt, com um grupo significativo, podemos sempre fazer nova visita e no Arquivo Histórico de Óbidos, está disponível um caderno com um resumo da terceira invasão e com os locais mais interessantes do percurso.