25.3.07

Paul Charles François Thiébault (1769-1846).

Nascido em Berlim, onde o seu pai era professor na escola militar, resolve estabelecer-se em França, sendo admitido como funcionário na administração da dívida pública. No ano de 1792 alista-se, recebendo poucos meses depois o posto de sargento, mas tem que abandonar o exército por motivos de saúde.
Na sequência da revolta de Dumoriez, é acusado de participar na mesma, conseguindo no entanto provar a sua inocência e, no ano seguinte, realista-se no Exército do Reno passando depois para o Exército do Norte. Sobe depressa na hierarquia e em 1795 já é adjunto do general Solignac no Exército de Itália.
Distingue-se em diversos combates e pôde gozar um período de descanso em 1799, sendo novamente chamado em 1800 para servir no estado maior do general Massena, ainda em Itália. Recebe a promoção a general no ano seguinte, em que publica igualmente o livro Manuel des Adjudants-Generaux, onde conta as suas experiências nesse campo.
Na grande batalha de Austerlitz, comanda a 2ª brigada da 1ª divisão de infantaria, sendo ferido no assalto ao planalto de Pratzen. Nomeado governador de Fulda em 1806 é em seguida transferido para o Exército de Portugal, apesar de alguma resistência por parte do estado maior francês.
Junot faz dele o número dois na hierarquia e em 1808 é confirmada a sua promoção a general de divisão. À semelhança do seu comandante, instala-se em Lisboa no palácio Ratton (actual sede do tribunal constitucional) com as despesas pagas pelo município e escolhe sempre o que de melhor encontra para poder levar consigo de volta para França. Nas suas memórias refere mesmo uma conversa mantida com Junot em que este lhe prometia elevados ganhos se participasse nesta campanha.
Faz ainda a guerra de Espanha e em 1811 recebe o título de barão do império, regressando à pátria para um curto período de descanso. Transferido para Hamburgo, serve sob as ordens do marechal Davout, durante a campanha de 1813-14 - a invasão de França pelos aliados. Durante os 100 dias volta a apoiar Napoleão, estando na guarnição que defendia Paris. O seu nome está inscrito no Arco do Triunfo.
Para além da obra já referida, publica ainda um Manuel du Serviçe des Etats Majors em 1810, o Journal des opérations militaires du siège et du blocus de Gênes em 1801 e o que a Portugal mais interessa as suas memórias, no período de revivalismo dos tempos napoleónicos.
Uma obra de leitura fundamental é a Relation de l'expédition du Portugal faite en 1807 et 1808, onde consta a sua versão dos acontecimentos que ficaram conhecidos como Primeira Invasão.