31.3.07

François Jean Baptiste de Quesnel (1765-1819).

Originário de Saint Germain en Laye, entra para o 25º regimento de infantaria com 17 anos, mas apesar da idade, as suas qualidades rapidamente se afirmam, o que é notório pela sua ascensão na hierarquia. Em 1793 recebe o posto de general-ajudante comandante de brigada, pelo seu papel na defesa de França nos Pirinéus Orientais, ou como é conhecida em Portugal, Campanha do Rossilhão.
É depois destacado para a zona da Vendée, em revolta pela restauração da monarquia e que é claramente derrotada, mas sobre ele recaiem suspeitas de simpatia pela causa realista e o seu casamento com uma nobre não ajuda. O Directório acaba por apenas decidir a sua transferência graças à intervenção de outros generais que muito o estimavam e o defenderam.
Participa nas campanhas de Itália e serve igualmente nos exércitos da República Cisalpina e de Nápoles, nomeado membro da Legião de Honra e promovido a general de divisão, fica como comandante da 9ª região militar, mas só até 1807 altura em que é destacado para o Exército de Portugal.
Junot confia-lhe o comando das forças espanholas no Norte do país, um território que em Fontainebleau ficaria conhecido como Lusitânia Setentrional, com capital no Porto e que abarcava as províncias de Entre o Douro e Minho, estando destinado ao rei da Etrúria, familiar do rei de Espanha. Dada a confiança que existia entre os dois aliados, Quesnel só tem consigo uns quantos oficiais de estado maior e o intendente de polícia Perron.
À semelhança dos seus congéneres, um pouco por todo o país, também fez questão de exigir cerca de 5000 cruzados mensais do senado da câmara para despesas de estadia. A sua presença é olhada com desconfiança quer da parte dos espanhóis, quer da parte dos portugueses, especialmente a partir do momento em que Perron começa a perseguir todos os suspeitos de rebelião.
Preso pelo general Bellesta, quando o mesmo abandona o Porto de volta ao seu país, é posteriormente entregue aos ingleses que o transferem para a Corunha, onde numa volta do destino, é libertado após a entrada dos seus compatriotas na dita cidade. Entre 1811 e 1813 continua na Península e recebe o título de barão do império pelo seu papel de destaque em diversos combates contra forças espanholas.
De volta ao exército de Itália, após a batalha de Mincio em 1814, o vice rei tece-lhe os mais rasgados elogios e com os Bourbon de volta ao trono de não perde honrarias, sendo nomeado cavaleiro de S. Luís e grande oficial da Legião de Honra.
A 4 de Setembro de 1815 retira-se e em 1819 morre em circunstâncias misteriosas, tendo o seu corpo sido encontrado no Sena com todos os pertences, incluíndo as jóias que habitualmente usava.