Na sequência do terramoto de 1755, surgiu uma oportunidade única para a reformulação do espaço urbano de Lisboa. Defenidas as áreas a reconstruir, o Marquês de Pombal e seus colaboradores reconheceram a necessidade de um espaço arborizado para recreio da população e onde a mesma se poderia refugiar em caso de nova catástrofe.
Traçado o plano da baixa, expropriaram-se terrenos situados para Norte, nomeadamente os que faziam parte das hortas da Mancebia e da Cera e também outros que eram pertença do conde de Castelo Melhor, correspondendo hoje em dia à Avenida da Liberdade. A construção iniciou-se em 1764 segundo plano de Reinaldo Manuel, mas nos seus primeiros anos de existência era descrito como um espaço pequeno e sombrio, basicamente um bosque com as àrvores dispostas de forma simétrica e intercaladas por estátuas, tudo rodeado por muros muito altos.
Não era um local muito atraente para a população que via nos muros e nas grades como que uma prisão, para além de que não existir animação no local e as entradas que eram para ser provisórias, feitas de madeira, lá iam permanecendo. Por tudo isto não era muito frequentado, apesar de ser o único espaço aberto e arborizado da cidade.
Claro que uma sociedade muito fechada, em que o elemento feminino permanecia fechado em casa como era de bom tom, não ajudava e foi preciso esperar por 1834 e por D. Fernando II para que novas obras o tornassem naquilo que sempre deveria ter sido, um espaço de eleição para o passeio das diversas classes sociais.
À data da chegada dos franceses a Lisboa, permanecia esse espaço quase esquecido e nem o facto de as ruas estarem cheias de lixo e os esgotos correram a céu aberto, fazia com que a população o procurasse para "respirar".