22.1.07

O desembarque em Lavos 1.

Os ecos da formação de uma junta governativa do reino no Porto para combater os franceses depressa chegaram a Coimbra, onde lentes e estudantes formam o Batalhão Académico que se vai distinguir particularmente ao longo da campanha peninsular. José Bonifácio de Andrade e Silva, que ensinava metalurgia foi um dos principais insurgentes e graças aos seus conhecimentos os laboratórios da universidade são utilizados para o fabrico de pólvora, que estava na sua maioria em mãos inimigas. Impulsionou igualmente o fabrico de balas e cartuchos.
Foram buscar as armas que ainda estavam no arsenal da cidade, depositadas quando fora ordenada a extinção de regimentos e milícias e distribuem-se pela população para a defesa da cidade. Entretanto dada a adesão e para que houvesse uma melhor organização, o batalhão é dividido em duas secções - uma de lentes e outra de estudantes. A ultima destas vai ter a sua primeira jornada de glória na noite de 24 para 25 de Julho de 1808.
Um grupo de cerca de 40 estudantes comandados por António Zagalo, a quem haviam outorgado o posto de sargento, sai de Coimbra em direcção da Figueira da Foz, pois no forte de Santa Catarina, que protegia a foz do rio Mondego, estava uma guarnição francesa. Pelo caminho diversos populares juntam-se aos estudantes e o seu número já devia rondar as centenas ao chegarem perto do forte, pois os franceses que nessa altura não conseguiam comunicar com Lisboa e por isso também não recebiam reabastecimentos, rendem-se aos revoltosos.
Não foi disparado um único tiro, mas é permitido que os 80 soldados retirem com armas e bagagens, na sua viajem para Sul recolhem também as guarnições da Nazaré e de S. Gião. De presença francesa nessa parte da costa, só fica a guarnição de S. Martinho que resolve entrincheirar-se e aguardar reforços.
Entretanto no forte de Santa Catarina, os estudantes hasteam a bandeira real, o que chama a atenção dos ingleses que ao largo vigiavam atentamente e vinham inclusive muitas vezes a terra, adquirir produtos frescos e tentar obter informações. Assim ao aperceberem-se dos acontecimentos enviam 300 homens e artilharia para guarnecer o forte.