13.1.07

O Maneta

O general Loison comandante de uma das divisões do Exército de Portugal (termo que designa o exército francês de ocupação a partir de 1808), tinha perdido um dos seus braços na campanha do Rossilhão, precisamente segundo a lenda popular quando estava face a um batalhão de portugueses.
Um ódio talvez antigo, mas exacerbado pelos acontecimentos, uma vez que foi a este general que o seu comandante em chefe, general Junot, encarregou de abafar as revoltas que a partir de Maio eclodiam um pouco por todo o país excepto nas zonas onde estavam presentes tropas francesas.
"Olha aquele foi para o maneta", esta expressão popular nasceu na sequência dessas andanças de Loison, significando que quem lhe caía nas mãos não voltava, basta lembrar a revolta de Évora, onde todos os que não conseguiram escapar a tempo foram sumariamente fuzilados, sendo culpados ou não.
Este é um de muitos casos em que a memória das guerras peninsulares subsistiu até aos dias de hoje, embora por vezes se esqueça a origem.