16.6.08

Visita aos locais da Primeira Invasão.

Ora aqui estão os detalhes da visita, que afinal irá ocorrer no dia 19 de Julho, outro sábado. A organização resulta de uma parceria entre os Arquivos Municipais de Óbidos e a Associação para a Defesa e Divulgação do Património de Torres Vedras.
Informações adicionais podem ser obtidas nos postos de Turismo de Óbidos e de Torres Vedras, a partir do dia 23 de Junho, data em que se abrem igualmente as inscrições. Nesse dia farei um novo post com as mesmas, deixando o mail aureahistorica@gmail.com à disposição para quem o desejar.
O programa ocupa todo o dia, inclui transporte, almoço e explicações detalhadas nos locais a visitar. Será ainda distribuída pelos participantes uma brochura com um resumo dos acontecimentos.

4.6.08

Novidades.

Depois de tanto tempo sem novidades, elas aqui estão. O livro sobre a Primeira Invasão que estou a escrever, ainda está em fase de investigação, não creio que o possa editar ainda este ano, mas logo se vê, o problema como sempre também depende da disponibilidade financeira das instituições que nos apoiam.
Entretanto continuo a participar em visitas aos campos de batalha das Invasões Francesas e a próxima que resulta de uma parceria entre a Associação de Defesa do Património de Torres Vedras e os Arquivos Municipais de Óbidos vai decorrer no dia 12 de Julho, um sábado.
O programa ainda tem uns pormenores por limar, mas não deverá fugir muito a isto: às 9h, concentração junto ao Museu Municipal em Torres Vedras, depois partiremos para a Roliça e terminaremos no Vimeiro, junto ao monumento. As inscrições decorrerão no Turismo em Torres Vedras.
Assim que possuir os detalhes definitivos farei um novo post.

19.11.07

Interregno.

Já há algum tempo que com outro colega preparo a segunda edição de um livro sobre a Primeira Invasão, desse modo e como agora os trabalhos vão recomeçar a bom ritmo tendo em vista o objectivo de o ter publicado em Agosto de 2008, o blog não só vai ficar para segundo plano como vou começar a retirar alguns dos seus conteúdos.
Um dos objectivos ao iniciar um projecto como este, sempre foi o de posteriormente dar um salto para uma página web, que permite outro género de interactividade e um alargar ainda mais do âmbito a que me propus inicialmente.
Não quer isso dizer que o blog vai pura e simplesmente desaparecer, serão aqui divulgadas todas as iniciativas por nós organizadas, ou outras se assim nos for solicitado e principalmente as visitas guiadas aos campos de batalha e não só, das Invasões Francesas, terão sempre grande destaque.
Em breve iniciaremos mesmo um serviço regular de visitas para grupos de 8 pessoas no mínimo, principalmente centrados na região Oeste, mas com possibilidade de extensões a Almeida e Buçaco, Elvas e Albuera, Porto e Leiria.
O mail aureahistorica@gmail.com, continuará à disposição para quem quiser entrar em contacto.

25.10.07

Almeida e Buçaco.

Cumpriu-se nos dias 20 e 21 do corrente mês de Outubro, a visita a que aqui foi feita menção, inserindo-se neste caso no âmbito da terceira invasão, isto para não estarmos sempre a falar da primeira, afinal qualquer das 4 é muito interessante.
Primeiro visitou-se a vila fortificada de Almeida, tendo o grupo participante a oportunidade de ver ou rever, conforme os casos, os locais mais emblemáticos, desde as casamatas aos diversos baluartes e com menções igualmente importantes a alguma arquitectura civil.
Constata-se mais uma vez como o nosso património é tão mal preservado e que restará mais do que isso a uma lodalidade de interior? Gostaria de no entanto destacar o esforço de reconstrução patente no agora designado Picadeiro D'el Rey, um exemplo que deveria ser seguido em mais locais, não só de Almeida como do país. Não ficou esquecida a ponte sobre o Côa, onde a "Light Division" enfrentou uma das suas maiores provações e depois ainda houve tempo para uma visita, um pouco fora de contexto, mas sempre muito agradável, ao castelo de Marialva, onde o pôr do sol é algo de especial, isso é garantido.
A dormida desse dia deu-se em Celorico, integrando-se isso, numa tentativa bem sucedida de seguir parte do caminho que os exércitos franceses tomaram em 1810. Assim no dia seguinte visitou-se a "ponte velha" de Fornos de Algodres, uma espécie de ponto de não retorno para Masséna, que a partir daí o levaria directamente para o Buçaco.
Com algumas condicionantes procurou-se seguir sempre pela margem direita do Mondego, passando por localidades como Nelas, Santa Comba, etc., em direcção a Mortágua onde foi estabelecido o quartel general francês, mas só se parou no Moinho de Moura, a elevação onde Masséna estabeleceu o seu posto de comando no dia 27, o dia da batalha.
Seguiu-se depois o moinho de Sula, sobranceiro à aldeia com o mesmo nome e onde ocorreu um dos ataques desse dia, depois como a tropa já precisava de reabastecimentos, só depois do almoço se prosseguiu a visita, neste caso no monumento comemorativo. Diga-se de passagem que a arborização da serra já não permite de todo a vista panorâmica que os anglo-portugueses tinham em 1810.
Por isso mesmo não se visitou a parte de Santo António do Cântaro, até porque essa estrada não é muito propícia a um autocarro, optando-se antes por visitar a Cruz Alta, o ponto mais alto da serra, onde finalmente foi possível ter uma visão a 360º. Aí foi explicado como os franceses enontraram a estrada de Boialvo, contornando as posições de Wellington que foi forçado a retroceder.
Mas o dia só terminou com uma caminhada na muito bonita, mas igualmente muito negligênciada mata nacional, isto para quem ainda tinha forças, seguindo muitos no autocarro até ao Palace Hotel onde terminou o percurso, com o senão de a parte remanescente do mosteiro estar encerrada, afinal somos um país que aposta no turismo não é?
Não se vão ficar por aqui estas iniciativas, quem quiser mais informações pode sempre enviar um mail para aureahistorica@clix.pt, com um grupo significativo, podemos sempre fazer nova visita e no Arquivo Histórico de Óbidos, está disponível um caderno com um resumo da terceira invasão e com os locais mais interessantes do percurso.

3.10.07

Visita.

Já está confirmada a visita à Praça-forte de Almeida e à Serra do Buçaco, com um pequena alteração de datas, passando para o fim de semana de 20 e 21 de Outubro. Mais informações podem ser obtidas junto dos postos de turismo de Óbidos, Bombarral, Lourinhã e Torres Vedras.
De modo sucinto, no primeiro a partida será efectuada de Óbidose seguiremos directamente para Almeida, que depois do almoço visitaremos. Seguir-se-á o campo de batalha do Côa.
A noite será passada na Quinta dos Cedros em Celorico, onde ocorrerá o jantar e o pequeno almoço do dia seguinte. O percurso a efectuar até ao Buçaco será mais ou menos o dos exércitos franceses, ou seja, a aproximação será feita por Mortágua.
Não poderemos ver todos os locais onde se desenrolou a batalha por falta de tempo, mas não deixaremos de ir aos mais importantes, como o posto de comando de Masséna, o monumento, o museu, etc.
A própria mata e o palace hotel não serão esquecidos, estando reservado algum tempo para um passeio nesse que é um dos locais mais bonitos de Portugal.
Participem, será decerto um passeio agradável.

12.9.07

Visita.

Dadas as muitas solicitações recebidas, afinal não iremos realizar a programada visita aos locais da Primeira Invasão no Oeste de Portugal, vamos antes organizar uma outra de dois dias a Almeida e ao Buçaco.
Os preparativos estão em marcha e a data apontada é o fim de semana de 13 e 14 de Outubro, com partida e chegada a Óbidos.
Brevemente todos os detalhes serão aqui publicados, no que será uma das últimas entradas, pois uma página web está em preparação, com mais conteúdos, outra apresentação e uma equipa de poucos mas bons elementos.

3.8.07

Visita.

O blog está de férias, pelo que novidades só lá para o final de Agosto, de qualquer modo e dado o sucesso das edições anteriores, informo desde já que a nossa equipa está a preparar mais uma visita aos locais que fizeram a História da Primeira Invasão.
Não há data marcada, mas será num sábado de Setembro e à semelhança das outras ocupará todo o dia, incluí a visita guiada, almoço e transporte de e para o local combinado para a partida, o preço não ultrapassará os 30 euros. Para pré inscrições contactar aureahistorica@clix.pt deixando o nome e contactos.

25.7.07

Bernardim Freire de Andrade (1759-1809).

Nascido em Lisboa, alistou-se no exército depois de ter frequentado o colégio dos nobres, começando como cadete no regimento de infantaria de Peniche, que fazia parte da guarnição de Lisboa. Em 1782 é promovido a alferes da 5ª companhia deste mesmo regimento, onde aliás se mantém até ser promovido a Major.
No ano de 1793, toma parte na campanha do Rossilhão, durante a qual ascende a coronel (1794) e onde se começa a distinguir pelas suas qualidades de comando, chegando a ser ferido no assalto a Madalena. No regresso a casa tem nova recompensa pelos bons serviços prestados, é agora brigadeiro.
Em 1800 é nomeado governador e capitão general de São Paulo, mas então já se iniciavam os preparativos de um conflito que se avizinhava com Espanha e que rebenta em Maio do ano seguinte - a Guerra das Laranjas. Fica assim com o comando de uma brigada do exército do Alentejo, com a qual salva as tropas de Carcome Lobo da destruição, no combate de Arronches.
Pelo prestígio adquirido é convidado a participar nas diversas comissões que tinham por objectivo a reforma do exército, é entretanto promovido a marechal de campo. O ano de 1807 encontra-o no Porto para onde fora nomeado governador de armas da região militar, no entanto, com a entrada dos franceses não permanece por muito tempo no cargo, optando por pedir a sua dispensa, prontamente concedida pelo conselho de regência e retira-se para a sua casa de família.
Já quando estala a revolta, encontrava-se em Coimbra com um seu primo direito, Miguel Pereira Forjaz e juntos viajam para o Porto, onde ocupam cargos de destaque na Junta de Supremo Governo. D. Miguel na parte administrativa e Bernardim na reorganização de um exército desfeito pelos franceses.
Foi com essas forças, mal treinadas e mal equipadas, mas que mesmo assim já ascendiam a perto de 10.000 homens, que iniciou a sua marcha, tendo chegado a Coimbra no dia 5 de Agosto. Pouco depois encontra-se pela primeira vez com o general Wellesley em Montemor o Velho, que perante o estado das forças portuguesas decide incorporar apenas cerca de 1500 homens nas suas fileiras, mas cede armas e alguns abastecimentos.
Ficou estabelecido que os portugueses protegeriam o flanco dos ingleses que marchariam para Sul junto à costa, Wellesley não contava com este auxílo, pois sabia perfeitamente que por mais vontade e patriotismo que os portugueses demonstrassem, só isso não seria suficiente para fazer frente aos franceses. Utilizava então todos os pretextos possíveis para demorar a sua marcha, caso da paragem em Leiria, por sua recomendação e para que se pudesse complementar o pouco treino.
Tudo somado fez com que Freire não participasse em nenhuma das batalhas e quando chega finalmente à zona de Torres Vedras, já os príncipios do que viria a ser conhecido por Convenção de Sintra tinham sido acordados, de nada valendo os seus protestos.
Regressado ao cargo de governador militar do Porto, em 1809 recebe a missão de defesa do Minho, já na 2ª invasão francesa, tendo a regência indicado quais os lugares que deveria defender. Tal não foi possível devido à rapidez do avanço inimigo e à continua escassez de homens treinados e de armas, mesmo assim consegue impedir a passagem de Soult por Caminha, não impedindo todavia a invasão de Trás os Montes.
Tentou ainda, em diversos reconhecimentos entre Braga e Ruivães, escolher um local adequado onde pudesse montar uma linha de defesa, depara-se com imensas dificuldades, que começavam na indisciplina que ainda reinava no seu exército e decide então a retirada para o Porto. Os seus homens extremamente permeaveis às influências dos habitantes da zona, são levados a crer que ele estava a abrir o caminho para os franceses e prendem-no.
Ainda conseguiu salvar-se de uma primeira situação complicada, pela mão de António Bernardo da Silva, comandante de ordenanças, que travou os ímpetos dos que acusavam Bernardim de colaboracionista e de ter entregue o país aos franceses, mas mais à frente nada pôde fazer quando milícias, misturadas com camponeses o quiseram linchar pelos mesmos motivos.
Por mais uma vez valeu-lhe o Barão de Eben, que comandava um regimento sedeado no Porto, e que o queria levar para o seu quartel, o pior é que a pequena escolta que deixou foi insuficiente para conter a população e no dia 18 de Março é assassinado juntamente com o seu quartel mestre general Custódio José Gomes Vilas Boas, perto de Braga.

19.7.07

Curiosidades.

Na rotunda do Castelo do Queijo, no Porto, está uma imponente estátua equestre de D. João VI da autoria de Salvador Carvão da Silva d'Eça Barata Feyo, reputado escultor, com larga obra espalhada pelo país e que foi igualmente director do Museu Nacional Soares dos Reis.
É a réplica de uma outra que tinha sido oferecida pelo governo de Portugal à cidade do Rio de Janeiro, inaugurada pela ocasião das comemorações do 4º centenário desta cidade em 1965. Ainda hoje lá está na praça 15 de Novembro, onde se localiza o antigo Paço Real.
Logo no ano seguinte e assim que ficou pronta, Junho de 1966, foi a vez desta ser inaugurada, mas inicialmente encontrava-se na praça Gonçalves Zarco, não resistiu portanto às renovações que se vão, bem ou mal, fazendo nas nossas cidades.
O que é caricato é que quando foram concluídas as obras na dita rotunda, não houve o cuidado por parte dos autores das mesmas em recolocar D. João a olhar na direcção do Brasil, tal como estava anteriormente. Pormenor de somenos, talvez para alguns..........

17.7.07

Napoleão 1.

Tenho assistido ultimamente a muitas discussões sobre esta personagem, que quase 200 anos após a sua morte ainda suscita tantas paixões e ódios. Não poderia deixar então de dar o meu contributo para a mesma e tentar também esclarecer alguns pontos que me parecem algo inexactos, num momento em que leio uma notícia de que mais um recorde foi batido, com a venda por 4.1 milhões de euros do sabre que usou em Waterloo.
De herói a monstro, de tudo um pouco chamam a Napoleão, mas gostaria de começar pelas importantes reformas que introduziu e que tiveram um impacto muito para além das fronteiras de França, sentido até aos dias de hoje. Começando pela economia, foi durante a sua governação que foi criado o Banque de France, único que podia emitir moeda, levando à redução da inflação e à implementação de medidas proteccionistas que em muito contribuiram para o fortalecimento da indústria e do comércio.
Talvez a reforma mais importante tenha sido a introdução do Código Civil em 1804, onde estava consagrado o direito à propriedade, à liberdade individual e a igualdade de todos perante a lei, já o Código Penal instituído em 1809 vigorou em França até 1994. Na educação começou-se tudo do zero, formando-se cidadãos em termos de comportamento moral, político e social. Finalmente consagrou-se a supremacia do Estado sobre a Igreja, por exemplo entre várias reformas, o casamento passou a constar de dois actos, o civil e o religioso e os bispos eram nomeados pelo governo. Mais tarde o próprio escreveu que, a sua maior glória não foi ter ganho 40 batalhas, Waterloo tudo apagaria, mas nada apagaria o seu Código.
Um facto curioso é o de no seu casamento com Joséphine não ter havido descendência e por isso foi negociado um outro com a filha do imperador austríaco, assim ao abrigo do novo código, este foi o primeiro divórcio a ser decretado em França.
Anteriormente já tinham existido um conjunto de reformas que estabilizaram a administração pública depois dos anos conturbados da Revolução, o que agradou em muito à nova elite burguesa que não só ajudou, como em muito contribuíu para a ascensão de Napoleão a Imperador. Também a população em geral apoiou o seu governo, cansada dos anos sem lei.
Na parte militar, foi sua a reforma que originou a moderna conscrição, modelo depois seguido em todo o mundo, mas foi mais longe, aproveitando ensinamentos anteriores, expandindo-os e mesmo inovando, caso dos corpos de exército que em muito contribuíram para as suas muitas vitórias.
Mais, o papel da cavalaria foi revisto, sendo agora preponderante, os estados maiores foram reorganizados, assim como a artilharia. O objectivo era a mobilidade que pudesse originar a aniquilação do inimigo, para isso as invasões ocorriam num território mais vasto, oferencendo uma plêiade de oportunidades estratégicas e onde as vitórias seriam decisivas.
O nacionalismo e o ideal do Estado Nação, foram impulsionados pelo período napoleónico, afinal a Itália foi pela primeira vez em séculos, unificada num reino único sob a sua égide e a Confederação do Reno que com os seus 40 Estados, veio substituir o Sacro Império com a míriade de 1000 pequenas entidades, foi o primeiro passo para a reunificação Alemã.
Na Polónia o actual hino nacional ainda contém uma referência à sua personagem, sendo aí encarado como um libertador que mostrou qual o caminho a seguir para a independência. Concluíndo, até os seus inimigos lhe reconheceram os méritos, questionado sobre quem seria o melhor general, Wellesley respondeu "Nesta época, na passada e em qualquer outra, Napoleão".